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BIOLOGIA 2º EM



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SÍNDROME DE TURNER

Síndrome de Turner

A síndrome de Turner é bastante rara e ao contrário da síndrome de Klinefelter afeta apenas indivíduos de sexo feminino e não possui cromatina sexual, são monossomicos, ou seja, em exames de seu cariótipo revelou a presença de 45 cromossomos, sendo que do par dos sexuais há apenas um X. Sendo seu cariótipo representado por 45,X.

A ST ocorre em apenas 1 mulher entre 3.000 nascimentos, devido ao grande número de abortos que chega ao índice de 90 A 97,5%).

O surgimento da sindrome pode surgir quando esta ausente o cromossomo x paterno no espermatozóide.

As meninas com esta Síndrome são identificadas ao nascimento, ou antes, da puberdade por suas características fenotípicas distintivas. A constituição cromossômica mais freqüente é 45, X sem um segundo cromossomo sexual, X ou Y.

Cariótipo





Característica do Portador

Quando adultas apresentam:
- geralmente baixa estatura, não mais que 150 cm;
- linha posterior de implantação dos cabelos baixa (na nuca) ;
- pescoço alado;
- retardamento mental;
- genitálias permanecem juvenis;
-ovários são atrofiados e desprovidos de folículos, portanto, essas mulheres não procriam, exceto em poucos casos relatados de Turner férteis;
- devido à deficiência de estrógenos (hormônio feminino) elas não desenvolvem as características sexuais secundárias ao atingir a puberdade, sendo, portanto, identificadas facilmente pela falta desses caracteres; assim, por exemplo, elas não menstruam (isto é, tem amenorréia primária);
- grandes lábios despigmentados;
- pêlos pubianos reduzidos ou ausentes;
- desenvolvimento pequeno e amplamente espaçados da mamas ou mamas ausentes;
- pelve andróide, isto é, masculinizada;
- pele frouxa devido à escassez de tecidos subcutâneos, o que lhe dá aparência senil;
- unhas estreitas;
- tórax largo em forma de barril;
- anomalias renais, cardiovasculares e ósseas.
No recém nascido, há freqüentemente edemas nas mãos e no dorso dos pés, que leva a suspeitar de anomalia.

Não exibem desvios de personalidade, ou seja, sua identificação psicossocial não é afetada.




Linha posterior de implantação dos cabelos baixa (na nuca)





Pêlos pubianos reduzidos ou ausentes
Baixa estatura





Pescoço alado


OUTRAS IMAGENS:






































Tratamento

Em decorrência da disgenesia ovariana, a única fonte de estrógeno para essas pessoas são as supra-renais; como a taxa desses hormônios é baixa, as pacientes devem receber aplicações de estrógenos para estimular o desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários e o aparecimento da menstruação. Usualmente esse tratamento tem início aos 16 anos para evitar que os estrógenos aplicados retardem ainda mais o crescimento.

Leonardo Leite
revisado por Giselda MK Cabello

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OUTRO TEXTO REFERENTE A SÍNDROME DE TURNER

Síndrome de Turner

Autor: Leonardo Borges Carrijo

1.Introdução

Meiose é o processo de divisão celular que produz células que irão se tornar as células gaméticas masculinas e femininas. Tais células produzidas pela meiose possuem metade do número normal de cromossomos (cada célula meiótica tem uma cópia de cada cromossomo), então, quando um óvulo e um espermatozóide se unem durante a fertilização, o zigoto formado apresenta as duas cópias de cada cromossomo de que ele precisa para um desenvolvimento normal. Algumas vezes, durante o processo normal da meiose, os cromossomos não são corretamente distribuídos da célula em divisão para as duas células filhas. Quando isso acontece, uma célula filha tem duas vezes o número de cópias de um cromossomo específico e a outra célula filha é deixada sem nenhuma cópia do mesmo. Caso esta última célula filha seja usada mais tarde em um processo de fertilização, o zigoto formado terá apenas um cromossomo daquele tipo (monossomia) ou terá três cromossomos daquele tipo (trissomia). Números anômalos de cromossomos são frequentemente incompatíveis com a vida. O corpo humano pode tolerar excesso de material genético mais facilmente do que pode tolerar a falta de material genético. A maioria dos tipos conhecidos de anomalias cromossômicas envolvem cromossomos sexuais, sendo apenas um pouco menos comuns do que as anomalias autossomais. Entretanto, são geralmente menos severas.
A perda do Y ou do segundo X tem efeitos drásticos sobre o desenvolvimento. Quando não levam ao abortamento, podem ou não ser detectados à época do nascimento. Pregas cutâneas frouxas na nuca e edema de mãos e pés em uma menina recém-nascida, com ou sem anomalias renais ou cardiovasculares, podem apontar para o diagnóstico do complemento 45,X.A síndrome de Turner é a manifestação na vida subsequente: baixa estatura, infantilismo das genitálias externa e interna femininas em outro sentido normais, gônadas sem células germinativas denominadas de estrias gonadais e anomalias renais, cardiovasculares, esqueléticas e ectodérmicas variáveis.
A síndrome de Turner pode ser a consequência de diversas constituições cromossômicas além de 45,X. O mosaicismo, bem como as anormalidades estruturais que comprometem determinados segmentos do segundo cromossomo sexual, seja ele Y ou X, gera uma gama de distúrbios tanto a nível clínico quanto a nível citogenético. Um conjunto celular masculino ou feminino normal pode estar presente juntamente com o componente celular 45,X , ou um componente pode ser portador de um cromossomo estruturalmente anormal.
As anormalidades comuns de Y e X são a formação de isocromossomos ( um braço com deleção e o outro duplicado) ou a deleção de parte ou da totalidade de um braço. Em alguns indivíduos comprometidos, todas as células apresentam 46 cromossomos, com um X normal acrescido de um Y ou X anormal, como por exemplo 46,XXp- ( deleção de um segmento do braço curto de um dos cromossomos X). Em outros, um segundo ou um terceiro componente celular também pode estar presente, como por exemplo
45,X/46,XX/46,XXp-. A síndrome de Turner clinicamente pura pode ser encontrada em associação com diversas combinações desses cariótipos quando um deles é monossômico ou parcialmente monossômico para o X. Contudo, quando as células portadoras de Y coexistirem com as células 45,X ( por exemplo, 45,X/46,XY), muitas vezes desenvolve-se ambigüidade sexual, e as gônadas podem variar desde estrias até testículos funcionais ( a síndrome de disgenesia gonadal mista); nesse contexto o rico de neoplasia gonadal é significativo. Quando células 46,XX coexistem com 45,X, podem ser mantidos graus variáveis de função ovariana, inclusive a ovulação. Apesar de o fenótipo poder aproximar-se de um padrão masculino ou feminino normal quando coexistirem células normais e anormais, os efeitos do mosaicismo são imprevisíveis. Assim, a síndrome clínica associada à monossomia do X e aos Xs e Ys estruturalmente anormais varia de um fenótipo predominantemente masculino a um fenótipo feminino quase normal, através da síndrome de Turner.


2. Manifestações clínicas

A síndrome de Turner se caracteriza por amenorréia primária, infantilismo sexual, baixa estatura, múltiplas anormalidades congênitas e gônadas com estrias bilaterais, nas mulheres fenotípicas, portadoras de qualquer dos vários defeitos do cromossoma X.Essa anormalidade deve ser distinguida de:

1) A síndrome de Turner mista: em que estão presentes um testículo unilateral e estrias gonadais contralaterais;

2) A síndrome de Turner pura: em que as estrias gonadais bilaterais estão associadas a um cariótipo 46, XX ou 46, XY normal, estatura normal e amenorréia primária; e

3) A síndrome de Noonan, um distúrbio autossômico dominante, de homens e mulheres, caracterizado por pescoço alado, baixa estatura, cardiopatia congênita, cúbito valgo e outros defeitos congênitos, a despeito de cariótipos e gônadas normais

4) Calcula-se que sua incidência seja de um para 2.500 recém-nascidos femininos. O diagnóstico é feito por ocasião do nascimento, devido a anormalidades associadas ou, com mais freqüência, na puberdade, quando são observadas amenorréia e ausência de desenvolvimento sexual, juntamente com outras anomalias. A síndrome de Turner é a causa mais comum de amenorréia primária, sendo responsável por um terço dos casos. A genitália externa é feminina, não-ambígua, porém permanece imatura e não ocorre desenvolvimento das mamas, a menos que a paciente seja tratada com estrogênio exógeno. A genitália consiste em trompas de Falópio e útero infantis e estrias gonadais bilaterais localizadas nos ligamentos amarelos. As células germinativas primordiais estão presentes transitoriamente durante a embriogênese, porém desaparecem, em consequência de um acelerado índice de atresia. Após a idade provável da puberdade, essas estrias não apresentam folículos e óvulo identificáveis, porém contém tecido fibroso indistinguível do estroma ovariano normal.

As anomalias somáticas associadas envolvem principalmente o esqueleto e o tecido conjuntivo. Linfedema das mãos e pés, pescoço alado, inserção baixa do cabelo, pregas cutâneas redundantes por trás do pescoço, tórax em forma de escudo com mamilos espaçados e baixo peso ao nascer são sinais sugestivos do diagnóstico, na primeira infância. Além disso, é possível que o fácil se caracterize por micrognatismo, epicanto, orelhas deformadas proeminentes ou de baixa inserção, boca tipo de peixe e ptose. Quartos metacarpianos curtos estão presentes em metade dos pacientes e 10 a 20 % apresentam coarctação da aorta. Em adultos, a altura média raramente excede 150cm. Anomalias associadas são malformações renais, nevo pigmentar, unhas hipoplásicas, tendência para a formação de quelóide, perda de audição perceptiva, hipertensão inexplicada e distúrbios auto-imunes. Hipotireoidismo franco está presente em 20 %.

Cerca de metade apresenta cariótipo 45, X, aproximadamente um quarto apresenta mosaicismo, com ausência de anormalidade estrutural (46,XX/45,X), e os restantes apresentam cromossoma X estruturalmente anormal, com ou sem mosaicismo. A variedade 45,X pode resultar de perda cromossômica durante a gametogênese em qualquer dos genitores ou de um erro mitótico durante uma das divisões de clivagem iniciais do zigoto fertilizado. Baixa estatura e outros sinais somáticos resultam da perda de material genético no ramo curto do cromossoma X. Gônadas estriadas aparecem quando o material genético está faltando no ramo curto ou longo do X. Em indivíduos com mosaicismo ou anormalidades estruturais do X, os fenótipos são, em média, de intensidade intermediária entre aquele observado na variedade 45,X e o normal. Em alguns pacientes com hipertrofia de clitóris, há um fragmento não-identificado de um cromossoma além do X, considerado como Y anormal; esse subgrupo de pacientes pode apresentar malignidade instalada nas estrias gonadais. Raramente, a transmissão familiar da síndrome pode ser o resultado de uma translocação balanceada do autossoma X.

A avaliação da cromatina sexual era usada anteriormente como forma de triagem para as anormalidades do cromossoma X. A cromatina sexual (corpúsculo de Barr) em mulheres normais é o resultado da inativação de um dos dois cromossomas X, e as mulheres com um cromossoma 45,X, da mesma forma que os homens normais, são consideradas cromatina-negativas. Contudo, apenas cerca de metade das pacientes com síndrome de Turner são cromatina-negativas, sendo necessária a determinação do cariótipo cromossômico para que se estabeleça o diagnóstico e identifique a fração com elementos cromossômicos Y, bem como alta chance de apresentar malignidade nas gônadas estriadas.

Pêlos pubianos e axilares escassos aparecem por ocasião da provável puberdade; as mamas permanecem infantis e não ocorrem menstruações.

O FSH sérico está elevado durante a lactação, cai no meio da infância até níveis normais e aumenta até os níveis de castração, dos nove aos 10 anos de idade. Nessa ocasião, o LH sérico também está elevado e os níveis plasmáticos de estradiol são baixos. Aproximadamente 2% das mulheres 45,X e 12% daquelas com mosaicismo apresentam folículos residuais suficientes para permitir algum menstruação. Sem dúvida, foi relatada prenhez ocasional em indivíduos minimamente afetados; a vida reprodutiva de tais indivíduos é breve.



Anomalias Clínicas e Incidência Aproximada

Estatura baixa 100%
Mal funcionamento dos ovários 90%

Mãos e pés inchados 80%
Peito largo 80%

Linha posterior do cabelo baixa 80%
Orelha de formato incomum 80%

Mandíbula pequena e mais baixa 70%
Braços virados para fora 70%

Anomalias renais 60%
Pescoço com dobras 50%

Anomalias cardíacas 50%
Perda da audição 50%

Arco do palato alto e estreito 40%

Anomalias Ocasionais
Displasia dos quadris Escoliose
Tendência a formação de quelóides

Diabetis mellitus
Tendência a obesidade
Hipertensão idiopática

Disfunções tiroidianas Curva glicêmica anormal
Doença de Chrohn
Catarata


3 .Tratamento

A síndrome de Turner não estando associada com nenhum fator externo (ambiental), nem com retardo mental. Existem métodos didáticos alternativos que facilitam o aprendizado da leitura verbal, mas dificultam o entendimento e a resolução de problemas matemáticos e espaciais. Porém, com determinação e paciência, qualquer diferença pode ser compensada.



Sendo uma condição cromossômica, não há cura para a síndrome de Turner, porém, certos procedimentos, feitos cedo o bastante, possibilitam a redução dos efeitos do desequilíbrio cromossômico:





- Hormônio do crescimento, sozinho ou acompanhado por um androgênico fraco, irá melhorar a velocidade de crescimento e provavelmente a altura final da mulher adulta.

- Terapia de reposição de estrógeno tem sido usada desde que a condição foi descrita em 1938 para promover o desenvolvimento de características sexuais secundárias.

- Modernas tecnologias também vêm sendo usadas para ajudar mulheres com Síndrome de Turner a engravidarem, caso desejarem. Uma doadora de um óvulo é usada para gerar um embrião, o qual será carregado pela mulher com Síndrome de Turner.





4. Nova Pesquisa



David Skuse e seus pesquisadores do Institute of Child Health estão pondo em andamento um trabalho interessantíssimo relacionado com a Síndrome de Turner. Esta pesquisa foi publicada em uma das mais conceituadas revistas de medicina americana, Nature. Dr Skuse apresenta esse trabalho como sendo uma evidência de que existe um gene responsável pelo comportamento social. Uma vez que jovens com Síndrome de Turner geralmente possuem apenas um cromossomo X, o seu fenótipo (a maneira de um gene se expressar) poderia fornecer pistas importantes dos genes presentes no cromossomo X. O cromossomo X de uma jovem com Turner pode ter sido herdado de sua mãe ou de seu pai. Esta é a razão pela qual se estudou o comportamento social de uma garota com Turner, especificamente.

Os pesquisadores descobriram que muitas jovens com Turner apresentam dificuldades em situações sociais e que elas não são tão facilmente adaptáveis quanto as jovens controle. Aprofundando-se nessa questão, eles encontraram uma diferença entre garotas com Síndrome de Turner que possuem seu cromossomo X herdado de sua mãe (isso pode ser determinado com marcadores genéticos) e as que possuem seu cromossomo X herdado de seu pai. As garotas com cromossomo X materno aparentam ter um comportamento social menos adaptável do que aquelas com cromossomo X paterno. Isso levou Dr Skuse a buscar um maior entendimento sobre o cromossomo X, uma área da genética ainda pouco esclarecida. Quando um óvulo e um espermatozóide se unem para formar um embrião, alguns genes da mãe ou do pai são “desligados” (tornam-se inativos) deixando o gene do outro genitor, ativo e funcionando. Se nós considerarmos o suposto gene social desta pesquisa, pode ser que este gene no cromossomo X da mãe esteja inativo e no cromossomo X do pai, ativo. Um menino receberia um cromossomo Y de seu pai e um cromossomo X, contendo o gene inativo, de sua mãe. A menina receberia uma cópia dos dois cromossomos X e, desta maneira, teria um gene ativo. Uma jovem com Síndrome de Turner teria um gene ativo ou inativo, dependendo de ter herdado o cromossomo X de seu pai ou de sua mãe.

Esta é uma pesquisa interessante e mais descobertas nesta área estão à caminho. O trabalho descrito acima observou jovens de 16 anos, aproximadamente, sendo o próximo passo o estudo em mulheres mais velhas.

A pesquisa do Dr Skuse indica que há um gene responsável pela facilidade de adaptação social, inativo em todos os meninos e inativo ou não, dependendo se tal gene foi herdado da mãe ou do pai, em meninas com Turner,. Estudar o comportamento social é uma tarefa complexa e polêmica, e é provável que vários genes estejam envolvidos.

Talvez com o mapeamento dos genes humanos (Projeto Genoma) possamos ter um melhor conhecimento destas e de outras doenças , e então obter melhores resultados na diagnosticação , prevenção e tratamento.

SITES PARA PESQUISA:

https://www.ufv.br/dbg/trab2002/DHC/DHC009.htm

https://www.ghente.org/ciencia/genetica/turner.htm